quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Blao noticias - Para veterinário, agressor cobriu cão com piche inspirado em caso na Índia

Para veterinário, agressor cobriu cão com piche inspirado em caso na Índia

O médico veterinário Marcones Fernandes acredita que o agressor que cobriu de piche um cachorro filhote em Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia, tenha se inspirado em um caso semelhante ocorrido em Udaipur, no norte da Índia. “Alguém deve ter visto a notícia, que saiu em muitos veículos de comunicação, e acabou tendo a ideia de fazer o mesmo aqui. É uma atrocidade”, disse.O cachorro achado em Goiás foi encontrado por uma mulher dentro de um saco plástico, apenas com o rosto para fora e o corpo todo coberto pela massa asfáltica.Já o animal na Índia caiu no piche derramado por um contêiner foi encontrado por uma pessoa que passava próximo ao local. Ambos foram resgatados e não correm risco de morte.

O filhote de Trindade foi resgatado pela secretária Celma Dias, no domingo (5). Ela estava em uma pista de caminhada quando notou o choro do cachorro e, ao abrir a sacola, viu que o animal estava coberto pelo piche. Após ser resgatado e limpo, em um processo que levou mais de quatro horas, o cachorro foi encaminhado a uma clínica veterinária na Vila Regina, em Goiânia, de onde teve alta na quarta-feira (8).

Marcones explica que a atitude de Celma em limpar o cão com óleo de cozinha foi a melhor na situação. “Ela também poderia ter usado glicerina líquida, que teria o mesmo efeito, mas é mais caro. O importante é ressaltar que nunca poderia utilizar substâncias como solvente, ou gasolina, que as pessoas usam para tirar piche de carro, porque é altamente tóxico para o animal”, alerta.

Segundo o veterinário, a toxidade do piche não afetou tanto o cachorro. “O maior dano são algumas queimaduras, que podem ocasionar infecções. Em relação ao piche, o maior risco era de que ele perdesse os movimentos, mas quando foi encontrado a massa ainda estava mole e não estava quente, de forma que foi possível retirar sem maiores danos”, diz.

Entretanto, nem todo o piche foi retirado, pois a massa endureceu e o veterinário teme que, ao puxar, o procedimento acabe arrancando a pele do animal e cause novas feridas. O que restou deverá sair à medida que o pelo do cachorro caia. O veterinário estima que o filhote sem raça definida tenha cerca de três meses e vá ter porte médio.

Após realizados os exames na clínica, foi constatado que o animal estava desidratado e subnutrido, além de ter uma doença transmitida por carrapato. Ele foi medicado e respondeu bem ao tratamento.A terapia continuará na casa de Celma, que após todos os todos os cuidados com o cachorro, Celma decidiu adotá-lo. “Quando ele me viu, os olhos dele brilharam. Acho que pensou: ‘Finalmente alguém apareceu’. Todo mundo aqui em casa apaixonou nele, a gente vai ficar com ele”, diz.

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